A Igreja do Salvador de Unhão é um importante templo religioso do Vale do Sousa, reflectindo a importância e o alcance do processo de povoamento da região ao longo do século XIII. Apesar das transformações que foi recebendo ao longo do tempo, e que alteraram a construção românica, conserva-se a epígrafe que regista a dedicação da igreja, em 28 de Janeiro de 1165. Esta inscrição constitui o mais antigo testemunho da sua história, já que as referências documentais conhecidas não são anteriores a 1220. A inscrição comemorativa da Dedicação da igreja é gravada depois da parede Sul estar erguida, o que permite datar essa fase da construção ou a conclusão do templo.
De modestas proporções, Unhão possui uma única nave e capela-mor rectangular, cujo maior motivo de interesse reside no seu portal principal, inscrito em gablete e composto por quatro arquivoltas de arco de volta perfeita, decoradas com motivos geométricos e vegetalistas, enquadrando um tímpano preenchido com a típica cruz vazada de tradição bracarense.
Os séculos XVIII e XIX trouxeram maior riqueza ao seu interior, nomeadamente os retábulos que ladeiam o arco triunfal e o retábulo-mor, de talha dourada, denunciando a sua origem em Oitocentos. O restauro do conjunto ocorreu nos anos 60 do século XX que, por ser tão tardio, não impôs unidade de estilo.